Data: 19-09-2012
Criterio: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)
Avaliador: Diogo Marcilio Judice
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Doliocarpus lancifolius ocorre de forma fragmentada e restrita (EOO=3.121 km²), normalmente em áreas de Tabuleiros costeiros e Restingas, raramente em Floresta Estacional Semidecidual, exclusivamente no Estado do Espírito Santo. Aparentemente, a espécie desaparece em ambientes antropizados por depender de ambientes semi-umbrófilos para se manter estável. O histórico de perda de Mata Atlântica no Espírito Santo é intenso, e as principais causas estão ligadas à exploração da madeira, agricultura, aos "reflorestamentos" homogêneos (Pinus e Eucaliptus), à incidência de espécies exóticas invasoras e à sobre-exploração de plantas ornamentais. Tais fatos têm contribuído para uma perda extrema do hábitat, para o declínio contínuo da AOO e EOO, e para o desaparecimento de subpopulações da espécie.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Doliocarpus lancifolius Kubitzki;
Família: Dilleniaceae
Ferreira et al. (2011), em estudo da estrutura lenhosa nos campos nativos do norte do Espírito Santo, afirmam que a espécie esteve entre as três mais expressivas na cobertura linear
Espécie endêmica do Brasil, de ocorrência em Mata Atlântica, exclusivamente no Estado do Espírito Santo (Fraga, 2012). Existem registros de coleta da espécie para os Estados de Minas Gerais (Magalhães, G. M., 5453, RB 550082) e Bahia (Jardim, J. G., 278, NYBG 495511).
Ocorre em áreas de Tabuleiros costeiros e Restingas, raramente em Floresta Estacional Semidecidual, exclusivamente no Estado do Espírito Santo. Trata-se de uma trepadeira (Magalhães, g. m., 5453, RB 550082), escandente (Martinelli, G., 12227, RB 7566), terrestre, ciófila (Fraga, C. N., 1145, RB 550247) ou heliófita, de até 50 m de altura, com ramos decumbentes, crescendo em solo arenoso (Sucre, D., 8391, RB 75675). Flores do gênero Daliocarpus são bissexuais (Bruniera; Groppo, 2010).
1.6 Change in native species dynamics (directly impacting habitat
Incidência
local
Severidade
high
Detalhes
Aparentemente a espécie desaparece em áreas antropizadas por depender de ambientes semi-humobrófilos para viver (Fraga, 2012b).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade
very high
Detalhes
A cobertura vegetal do Estado do Espirito Santo, antes praticamente toda recoberta pela MataAtlântica, tem uma história de devastação cujos registros remontam aos doinício de sua colonização. A destruição e degradação do habitat é, sem dúvida,a maior causa de perda de biodiversidade no estado. Subsequentes cicloseconômicos, como o da exploração da madeira, da agricultura cafeeira, dos"reflorestamentos" homogêneos (Pinus e Eucaliptus), aincidência de espécies exóticas invasoras e sobre-exploração de plantasornamentais são algumas principais ameaças incidentes sobre a flora do Estado(Simonelli; Fraga, 2007).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
Os remanescentes de Mata Atlântica no Estado do Espírito Santo, correspondem a 11,07% da distribuição original do Bioma no Estado (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) na Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).
- FRAGA, C. N. Dilleniaceae in in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB007360>. Acesso em: 26 de Julho de 2012.
- FRAGA, C. N. Dilleniaceae. In: STEHMANN, J.R. ET AL In Plantas da Floresta Atlântica. p.516, 2009.
- BRUNIERA, C. P.; GROPPO, M. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Dilleniaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, v. 28, n. 1, p. 59-67, 2010.
- FERREIRA, V. B. R.; MENEZES, L. F. T. DE, NASCIMENTO, M. T. Estrutura do Estrato Lenhoso em Duas Áreas de Vegetação de Campos Nativos no Norte do Espírito Santo, Brasil. , 2011.
- FRAGA, C. N. DE; WERNECK, M. S.; STEHMANN, J. R. Dilleniaceae Salisb. Endêmicas da Mata Atlântica. , 2008.
- SOS MATA ATLÂNTICA, INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica Período 2008-2010, São Paulo, 2011.
- CLÁUDIO NICOLETTI FRAGA(B). Filogenia e Revisão Taxonômica de Davilla Vand. (Dilleniaceae). Tese de Doutorado. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.
- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.
CNCFlora. Doliocarpus lancifolius in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Doliocarpus lancifolius
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 19/09/2012 - 18:09:59